2010-05-25

Uma propaganda desastrosa.

O garoto propaganda das Casas Bahia

Resumo escrito:tamura
Há alguns anos atras, um jovem surgiu meteoricamente na midia brasileira como garoto propaganda da maior rede varejista do Brasil. Seu nome é Fabiano Augusto, revelado pela empresa de propaganda e marketing Y&R de Roberto Justus.

Irreverente, personalidade forte, brincalhão, personificando o vendedor convincente, não encontrou dificuldades para marcar e cair no agrado de uma parcela significativa do publico. É bom que se diga que sempre houve e haverá os que não gostam do seu trabalho, ou de trabalhos semelhantes. Que podemos dizer se até o garoto da BomBril recebe o mesmo tratamento?

Fabiano Augusto saltava sobre as cameras, agitava os braços, sempre sorrindo. Foi de tamanha atração que a propria empresa se viu obrigada a contratar alguem para lhe fazer parceria.

Em um concurso surgiu o nome de Gabriela Monteiro. Chegaram a comentar que os dois seriam irmãos de tão semelhantes que pareciam.

Mas a carreira meteorica de Fabiano Augusto seria finalizada por uma de suas propagandas mais marcantes.

Em uma semana praticamente inteira, a rede varejista divulgou um comercial em que o rapaz surgia com a pergunta: "Quer pagar quanto?", como se tratasse de um desafio ao consumidor.

Algo como se dissesse: "Qual o valor que você pode pagar? Como quer adquirir nossos produtos?"

Na semana seguinte um cidadão vestido de terno e gravata, carregando consigo uma maleta, entrou em uma das lojas do grupo Casas Bahia na cidade de Santo André.

Aproximou-se um dos vendedores e lhe questionou o que procurava, qual seria o produto do seu interesse.

O camarada respondeu que havia adquirido um apartamento e pretendia mobiliar por completo com os produtos da loja.

Foi ao setor onde se encontravam os moveis de cozinha, escolheu um dos modelos (o mais caro), de maneira que a cozinha viesse a ser mobiliada completamente.

Em seguida foi ao setor dos moveis de sala, para o setor dos dormitorios, quando então um vendedor desconfiou da situação e lhe perguntou de que maneira seria efetuado o pagamento.

Ao que obteve como resposta que o pagamento seria feito em dinheiro e em especie.

Foi o suficiente para alegrar todos os vendedores da loja.

Passeou por todos os cantos adquirindo eletrodomesticos, televisores (não havia tv de plasma nem LCD ainda), um computador, um laptop (nada extravagante, apenas o que poderia ser considerado necessario para uma pessoa sem exageros).

Ao final de toda a compra, dirigiusse ao caixa e apresentou todas as notas fiscais que foram feitas em seu nome.

Quando a mocinha do caixa pegou todas as notas, foi surpreendida pela frase do comprador: "Eu quero pagar com dez reais".

Ela sorriu e pensando se tratar de uma brincadeira repetiu o valor total das notas somadas, recebendo novamente como resposta: "Tudo bem eu já ouvi o valor, mas eu quero pagar com dez reais!".

Ela chamou o gerente da loja e este lhe interpelou sobre o que estava ocorrendo e o sujeito que era advogado lhe respondeu: "Eu estou vendo a propaganda em toda a loja, também nos comerciais de tv, rádio, jornais, etc, a pergunta: você quer pagar quanto? Eu estou dizendo que eu quero comprar todos os produtos nestas notas fiscais que acabaram de ser emitidas em meu nome e pagar com dez reais."

O gerente lhe respondeu que se tratava de uma maneira de dizer, que não era bem aquilo que significava a propaganda, que o significado era outro, etc. Mas o advogado respondeu que não era o que ele havia interpretado. Que teria ouvido e lido corretamente a propaganda em todos os meios de comunicação e que a interpretação que ele fizera fora a correta e que queria pagar com dez reais.

A situação obrigou a vinda dos diretores comerciais do grupo vindos da central na cidade vizinha, São Caetano do Sul.

Os gerentes se reuniram e tentaram contornar a situação, mas não havia o que fazer. Tentaram conversar com o advogado e ele respondeu: "O endereço está nas notas fiscais, vocês tem uma semana para entregar os produtos que acabei de adquirir pagando dez reais. Se em uma semana os produtos não estiverem devidamente entregues, funcionando e montados, eu entrarei com uma ação contra as Casas Bahia por danos morais, uma vez que passarei a me sentir enganado pela propaganda veiculada, da qual eu tenho várias gravações feitas pela tv e pelo rádio, recortes de jornais e revistas e até material publicitário do próprio grupo."Ele saiu e imediatamente todas as lojas tiveram de retirar os materiais de propaganda com a frase: "Quer pagar quanto?".

Os produtos foram entregues no endereço do advogado consistindo em uma tv de 29 polegadas tela plana, um radio com Cd player, kit de som, liquidificador, batedeira, churrasqueira elétrica, grill, multiprocessador de alimentos, jogo de panelas, faqueiro completo, kit de assadeiras, kit de pratos, kit de chá, kit de café, kit completo de armarios de cozinha, geladeira de duas portas, freezer, fogão de seis bocas, jogo de sofas, mesas de centro e de canto, estante modulada, dormitorio completo, lavadora de roupas e de louças, secadora de roupas, bebedouro, computador pessoal, impressora laser, laptop, telefone sem fio, colchoes, etc, etc, etc.

Mas no final, o que os consumidores viram foi o desaparecimento do jovem garoto propaganda nos comerciais do grupo. Deram ferias ao rapaz que foi fotografado na parada Gay em SP, foi o suficiente para que o grupo argumentasse que seu comportamento não teria identificação com a rede e foi dispensado.


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